Brasão de Armas

Há umas semanas valentes eu e um colega fomos ver a bola a Alvalade. Um clássico Sporting-Benfica para a Carlsberg Cup. Chegámos um pouco atrasados e fomos forçados a estacionar em infracção, juntamente com outras centenas de condutores, na secreta esperança que a autoridade fosse condescendente, pois eram esperadas mais de 50 mil pessoas no estádio e não havia estacionamento para todos no local (nem em Telheiras!).

Qual o nosso espanto quando, ao regressar, vemos que o nosso carro já não estava no local. À volta estavam mais de 30 carros com as rodas bloqueadas e ao fundo da rua uma carrinha da EMEL com o terminal Multibanco a postos para pagar. Soubemos mais tarde que o nosso carro fora levado para um parque municipal que fica nas traseiras de um bairro social!Depois de quase sermos assaltados, ainda tivémos de ouvir os polícias a queixarem-se de insegurança e do facto dos muitos jovens do bairro aproveitarem a localização do parque para assaltarem tudo e todos que ali vão levantar os carros. Nem os taxistas se aproximam!

Ora, isto leva-me ao sumo deste post. Portugal está inseguro e não vale a pena o MAI e as forças policiais dizerem o contrário. O relatório de segurança interna deste ano vem dar razão ao que tenho vindo a dizer: o desemprego favorece a criminalidade. A abertura das nossas fronteiras a brasileiros, moldavos e tudo o que não nasceu em Portugal é uma condenação à violência neste meu país que todos os dias ajudo a construir e em que, ano após ano, visto a camisola em prol do equilíbrio financeiro de um Estado que se está borrifando para o proletariado.

Não me venham dizer que essa gente vem para Portugal para fazer os trabalhos que outros não querem fazer. O patronato tem culpas no cartório. É óbvio que os patrões, podendo escolher entre uma pessoa que faz um trabalho por 50 euros não vai escolher quem o faz (e melhor) por 100 euros. Mas esse poder de escolha só existe porque os estrangeiros estão cá! Se cá não estivessem, os patrões seriam obrigados a pagar condignamente a quem aqui vive, porque não teriam alternativa. Infelizmente os portugueses, a grande maioria, nem pensar por si é capaz. Só beber cerveja e debater a bola.

É preciso que alguém agarre este país pelos cornos e conduza a manada a um porto seguro.

As forças policiais estão despidas de meios e pessoas. Conheço agentes que vivem situações dramáticas, especialmente nas esquadras das periferias urbanas. No relatório do MAI, a que tive acesso, está bem explícito que a maioria dos crimes são cometidos próximo de bairros sociais e por gente que neles vive, provavelmente com rendimentos sociais de inserção e casa paga pela câmara municipal! A maioria, pasme-se, não é de nacionalidade portuguesa. Há alguns meses estive na prisão de Vale de Judeus em reportagem e uma das estatísticas era reveladora: 69% dos presos são estrangeiros. Os restantes são portugueses.

Há pouco tempo António Ramos, presidente do sindicato dos profissionais de polícia acusava a imigração de ser a principal causa do aumento da criminalidade no nosso país. As pessoas sabem do que se passa, mas toda a gente tem medo de falar com medo de ser rapidamente acusada de racista ou xenófaba. Não é nada disso. Há gente boa e gente má. Mas a maioria da gente que entra neste país não presta. As pessoas sentem o excesso de brasileiros na rua, sentem o perigo, tentam recorrer às policias mas estas não têm como responder.

O nosso amigo Sócrates deve ter o sonho de se naturalizar brasileiro.

Não nos deixemos iludir: a coisa vai piorar e só espero, verdadeiramente, que cada vez mais portugueses comecem a abrir os olhos porque alguma coisa tem de ser feita.

A terminar, uma foto de um texto de um grande amigo meu, o João Rodrigues do CM.
"Triste, triste, é demasiado triste", lá cantava o Sérgio Godinho...